Relatório de campo na Universidade Federal Fluminense – Campus do Gragoatá

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O bloco A foi o mais destoante no sentido dos escritos, se no ICHF o caráter político imperava na maior parte dos blocos, no bloco A as conversas não possuíam tal particularidade. Primeiramente porque as respostas aos escritos não são tão frequentes, os escritos se amontoam uns sobre os outros sem necessariamente interagirem e os temas dos escritos também variam muito, eles vão desde um contato deixado com a proposta de sexo casual até citações de pensadores dos mais diversos tipos. Mas os escritos que mais me chamaram atenção foram os que continham frases de conteúdo fortemente homofóbico, transfóbico e machista. Há ameaças para pessoas que fogem do padrão imposto da cisheteronormatividade sendo respondida por essas pessoas e logo em seguida uma reafirmação da ameaça. Em outro andar encontrei um escrito onde há referencia as vaginas das estudantes de Relações Internacionais, a qual foi respondida com a seguinte frase: “Abaixo a misoginia e objetificação da mulher! Machistas não passarão!”.

Por conta do grande número de escritos encontrados não pude relatar todos, tentei escolher um tema o qual tenho mais proximidade e mesmo dentro desse tema tive que escolher quais dos escritos eu poderia relatar com melhor propriedade. Foi minha primeira experiência em escrever uma etnografia e apesar da orientação da professora e da minha colega, senti que ainda não possuía um olhar muito treinado para a observação. Exemplos disso foram primeiramente a minha tentativa de compreender todos os escritos que se encontram nos diretórios acadêmicos, mas devido a grande quantidade não consegui encontrar algo que eu considerasse produtivo pra ser escrito. E em seguida, teve as escadas que em vários blocos no período de ocupação receberam intervenções tanto artísticas quanto políticas e que até renderam algumas discussões, mas também escolhi deixar isso de fora por conta de achar que não conseguiria desenvolver de maneira coerente com o restante do texto.