Estudo sobre Descartes, Comte e Popper
Enviado por poland6525 • 15 de Octubre de 2018 • 1.473 Palabras (6 Páginas) • 349 Visitas
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Tal é o modo natural por meio de que, como anunciava no início deste curso, o espírito positivo, graças à fundação da sociologia, vem se colocar para sempre sob a justa dominação do coração, de maneira a permitir, enfim, a total sistematização, conforme à subordinação contínua da base objetiva em relação ao princípio subjetivo. Dissipando definitivamente o antagonismo excepcional que, desde o fim da Idade Média, necessitou desenvolver-se entre a razão e o sentimento, essa operação filosófica chama de imediato a humanidade para penetrar no regime, individual ou coletivo, que convém plenamente à sua natureza.
Enquanto permaneceram contrárias entre si essas duas nobres influências, a sociabilidade não podia chegar a modificar profundamente o império prático da personalidade. No entanto, a despeito de sua fraca energia espontânea em nossa imperfeita organização, seu concurso íntimo e contínuo, susceptível de imensa expansão, poderá, de agora em diante, sem alterar o caráter essencialmente egoísta da vida ativa, imprimir-lhe um grau habitual de moralidade, de cujo passado não poderia formar ideia alguma, tendo em vista a harmonia insuficiente que estes dois moderadores necessários de todos os nossos instintos preponderantes comportavam até agora.
Considerando o que nos diz o filósofo da ciência Karl Popper (1902 - 1994), austríaco naturalizado britânico, acerca da “Lógica das ciências sociais”, destacamos que o autor vai desenvolver uma importante percepção de que o conhecimento científico não surge sem uma motivação, começo que se dá na forma de um problema. Para Popper (1978, p. 14) “o conhecimento começa na tensão entre conhecimento e ignorância” e que “não há nenhum problema sem conhecimento”. Ele ainda vai afirmar que:
Então, o ponto de partida é sempre um problema e a observação torna-se algo como um ponto de partida somente se revelar um problema; ou em outras palavras, se nos surpreende, se nos mostra que algo não está, propriamente, em ordem com nosso conhecimento, com nossas expectativas, com nossas teorias. Uma observação cria um problema' somente se ela se conflita com certas expectativas nossas, conscientes ou inconscientes (POPPER, 2014, p. 15).
Popper vai conseguir delinear um pensamento reflexivo e crítico sobre o processo de construção do conhecimento, que para ele, acontece a partir da refutação, de forma não neutra, um processo marcado por disputas, por tentativas dispostas à crítica. Ele também argumenta por um uso da racionalidade e da lógica não como discursos finais, mas como instrumentos para a crítica e o refinamento.
Popper vai afirmar que “[…] embora, não possamos justificar nossas teorias racionalmente e não possamos, nem mesmo, provar que são prováveis, podemos criticá-las racionalmente. E podemos, constantemente, distingui-las de teorias piores.” (POPPER, 1978, p. 34). Dessa forma Karl Popper inaugura uma nova concepção sobre o fazer ciências e vai situar-se como um epistemólogo moderno-contemporâneo de um pensamento fecundo e frutífero para as discussões epistemológicas atuais e também para a afirmação de uma percepção apropriada e singular para as ciências sociais.
QUESTÕES:
- Sobre as ideias defendidas por Descartes, que problematizações podem ser suscitadas acerca da busca do conhecimento verdadeiro?
R. Para a filosofia cartesiana, que toma como ponto de partida a dúvida metódica, o verdadeiro conhecimento necessita passar por intermináveis que a ela for capaz de resistir.
- Considerando as bases epistemológicas do positivismo de Comte, no que se refere à concepção de ciência, que movimentos dialógicos podemos articular com a pesquisa que desenvolvemos atualmente?
R. Para Comte, a ciência tem como finalidade descobrir leis através do método da observação, portanto, a ciência teria início com a observação e seria empírica.
- Como os conceitos de irrefutabilidade e de crítica em Popper podem nos provocar quanto às perspectivas teórico-metodológicas no desenvolvimento de nossas pesquisas?
R. A irrefutabilidade de uma teoria não é uma virtude, como frequentemente se pensa, mas um vício. As teorias só podem ser consideradas científicas quando enunciam conjecturas cujas implicações ou consequências sejam passíveis de refutação através de testes.
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