Projeto amigos conectados: uma abordagem interdisciplinar e intercultural

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Em outro momento, os docentes apresentarão, em slide, um modelo de carta, fazendo as considerações do que foi discutido antes e das novas informações verificadas, buscando um diálogo com os alunos. O professor de cada escola pedirá aos alunos que façam uma pesquisa junto a seus familiares, recolhendo, se possível, as formas de correspondências, como cartas ou recados escritos ou orais. No caso da escola indígena, os alunos podem não encontrar cartas em seu padrão formal, guardadas pelos familiares, mas que podem encontrar escritos que servem de comunicação entre uma etnia e outra, com mais características de cartas do que de bilhetes, pelo tamanho do texto. Porém, o docente, deste contexto, pedirá aos alunos que verifiquem as formas de correspondências existentes na sua etnia, através de conversas como os mais velhos e recolhendo os escritos.

Os alunos, dos dois contextos, podem ter um prazo de dois dias para socializar os resultados da pesquisa, compartilhando os resultados e as conclusões acerca dos meios de correspondências encontrados. Caso encontrem cartas, discutirão a estrutura, a linguagem, a data, o grau de formalidade, sempre com a mediação do educador. Caso contrário, irão socializar o resultado das conversas que tiveram com os mais velhos sobre as formas de correspondências.

Após as socializações, os professores sistematizarão as características e a funcionalidade do gênero carta pessoal em relação ao contexto histórico de uso e verificando a necessidade de outrora, a carta pessoal, ser tão presente como forma de correspondência e, também, discutindo os fatores sócio, histórico e a influência do avanço tecnológico na preferência, hoje, pelo e-mail em detrimentos da carta.

Em um outro momento de aprendizagem, os discentes irão para a sala de informática e receberão instruções (do funcionário do laboratório de informática e do professor da turma, ocorrendo, assim, o primeiro momento interdisciplinar) de como criar um e-mail, abordando as características e funcionalidades. Os alunos, com o auxílio dos educadores, criarão uma conta de e-mail.

Em outro momento, os professores irão discutir com suas turmas sobre o que diz a constituição sobre a pluralidade cultural e dos direitos de igualdade, em que trarão à tona a questão dos diferentes povos e do respeito a essas diferenças. Nesse momento, faz-se necessário a visita de um estudioso da área do Direito, de uma forma presencial ou através de um vídeo, que trata especificamente dessas leis. Poderão, ainda, apresentar imagens atuais de diferentes grupos étnicos e raciais, explicando que cada povo tem suas especificidades e que não há nenhum grupo é superior a outro.

Após essa fase, primeiramente, os alunos serão conduzidos à produzirem cartas para serem trocadas entre os alunos da mesma turma, como treino, buscando a interação e a percepção das diferenças existentes na mesma sala. Assim, após o treino, poderão escrever as cartas que serão enviadas ao outro grupo de alunos. Vale destacar, que se um grupo estiver mais adiantado que o outro, os professores, que estarão sempre em contado, informarão sobre o andamento das atividades, para que a troca das cartas ocorra quando ambos os grupos tenham recebido o devido preparo. E que articulem quem irá se corresponder com quem. A temática dessa primeira correspondência será de apresentação, como: nome, idade, onde mora, as expectativas em relação essa troca de experiências e informar seu endereço eletrônico. Os discentes produzirão as cartas, o professor fará as correções e o aluno reescreve, se necessário, aprendendo, inclusive, como preencher o envelope. Feito isso, a carta será enviada.

Depois dessa primeira correspondência, os alunos estarão informados sobre o endereço do e-mail do seu interlocutor e, então, a partir desse momento, as correspondências serão on line, sempre com a orientação dos professores sobre a temática abordada e em relação à escrita.

A primeira temática, referente ao primeiro e-mail, será “Como é o lugar onde eu moro?”, onde os alunos descreverão geograficamente o local, o meio ambiente, revelando, também, as características organizacionais, como são as ruas e as casas, dentre outros fatores pertinentes. Depois de recebido o e-mail, o professor pedirá ao seu aluno que desenhe a percepção do local descrito pelo interlocutor, com base descrição recebida, e socializarão as imagens na aula.

O segundo e-mail terá a temática sobre a família “Como eu me relaciono com minha família?”, em que os alunos descreverão os membros de sua família, qual a relação entre eles, como demonstram o carinho, o respeito à sua família e qual o papel desempenhado por cada membro. Depois os discentes, participarão aos outros de sua classe sua percepção da organização familiar de seu interlocutor e, com a mediação do professor, discutirão os valores que se fazem presentes na família de seu interlocutor, comparando com os valores presentes na sua cultura.

O terceiro e-mail terá a seguinte temática: “De que forma as pessoas da sua cultura (comunidade) materializam através das artes seus sentimentos e sua percepção do mundo?”. Nessa atividade, os discentes poderão trocar informações por meio da linguagem escrita, imagética e/ou fílmica, informando os dados, de forma simplória, como autor, título e uma pequena descrição. Uma vez recebido o e-mail, esses dados serão usados pelos alunos em forma de exposição em sua turma, em que cada obra recebida pelo interlocutor terá sua ficha informativa, contento as informações recebidas.

O último passo do projeto consiste em um grupo ir visitar o outro: os professores articularão estratégias para determinar as datas e como ocorrerá cada encontro. Nesse momento, serão exploradas atividades da disciplina de educação física, em que os grupos participarão de jogos esportivos, nos quais grupos se misturem formando equipes interculturais, para que essa atividade não corra o risco de se tornar uma competição entre índios e não índios, mas sobretudo de um momento de interação entre eles.

Sugerimos que todas essas atividades propostas por este projeto poderão se efetivar durante seis meses do ano letivo, de preferência o segundo semestre, tendo em vista que os professores já terão uma maior interação com seus alunos. Vale salientar, que os professores que executarão este projeto necessitarão de apoio econômico e estrutural por parte da secretaria de educação e apoio pedagógico por parte de professores de outras áreas.

Considerações

Concluímos, na elaboração deste estudo e na construção