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Trabajo de linguistica.

Enviado por   •  6 de Abril de 2018  •  1.577 Palabras (7 Páginas)  •  227 Visitas

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Vejamos alguns exemplos sobre sincronia e diacronia.

Exemplo 1:

Tomemos essa crônica de Drummond, Antigamente:

“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”

Na crônica podemos verificar que vários termos estão em desuso nos dias atuais, entre eles: Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, debaixo do balaio. Na atualidade eles poderiam ser substituídos por: senhoritas, talentosas, bem-vestido, namorador, ser rejeitado/levar um fora, respectivamente.

Como exemplo sincrônico, podemos apresentar algumas gírias, como: broto, pão e patavinas, que em dado momento significaram mulher jovem e atraente, homem atraente e absolutamente nada, nesta sequência. Embora muitas gírias sejam absorvidas pela língua, este não é o caso destas palavras, o sentido delas ficou limitado à época em que foram utilizadas.

Portanto, os exemplos diacrônicos estarão voltados à analise da evolução da língua através do tempo, seja a estrutura das palavras ou o sentido que elas recebem. Por exemplo, o termo “armário” que hoje é facilmente ligado ao lugar onde guardamos nossas roupas, num passado remoto teve sua origem no latim, “armarium”, que denominava um lugar de guardar armas.

Exemplo 2:

Um bom exemplo de diacronia é o pronome de tratamento “você”, originado a partir de “vossa mercê”. “Mercê” vem do latim, “mercês", e seu significado é algo como benefício, presente ou dignidade. Inicialmente, por volta de 1560, era usado apenas para dirigir-se a pessoas de alto nível social em Portugal, como reis. Com o passar dos anos, a expressão sofreu outras alterações: passou para “vossemecê”, “vosmecê”, “vencê”, respectivamente, até chegar à forma “você”, a mais utilizada pelos falantes do português brasileiro padrão. Em alguns lugares (regionalismo) ou situações em que a comunicação deve ser feita de maneira dinâmica, "você" pode ser encurtado ainda mais e tornar-se "ocê" e até mesmo "cê". Outro exemplo é a palavra cavanhaque, que tem sua origem na língua francesa, do nome "Cavaignac’’. A origem do vocábulo vem do nome da família Cavaignac, mais especificamente de Louis EugéneCavaignac, que chegou a concorrer contra Napoleão Bonaparte para a presidência da república da França. Louis usava um corte peculiar e autêntico de barba, que acabou por lançar uma tendência, que foi batizada com o sobrenome da família. Com o tempo a palavra foi aportuguesada para "cavanhaque", e foi assim que ficou conhecida entre os brasileiros.

Exemplo 3:

Para um último exemplo sobre o tema linguística estática e evolutiva, tomaremos como objeto a gramática. Segundo Borba (1970), “a gramática é sincrônica porque é um sistema de peças relacionadas entre si e só os estados de língua comportam um sistema.” (p.43). Neste sentido, entendemos a gramática de uma maneira geral, como um conjunto de regras. O que a gramática (geral) engloba aqui é o valor dos elementos linguísticos em oposição uns com os outros. Só assim pode haver regra, organização, sincronia. Porém, numa visão mais detalhada, podemos distinguir dois tipos de gramáticas: anormativa e a de usos.

Como todas as gramáticas, ambas são sincrônicas. Entretanto, podemos adotar outro uso (vulgar) dos termos diacronia e sincronia para exemplificar uma grande diferença entre elas. Nestes termos, diacrônico é aquilo que ficou preso em algum ponto no tempo e sincrônico aquilo que ocorre no nosso tempo, no presente. A gramática normativa, portanto, é diacrônica, pois ficou engessada numa forma abstrata e prescritiva de regras não mais aceitas pela maioria dos usuários da língua. Já a gramática de usos, que leva em consideração as variantes linguísticas, é sincrônica, descreve os usos como eles de fato acontecem, de forma concreta.

Como Saussure buscava tornar a Linguística em algo científico, ele precisava trabalhar com a parte da língua que pode constituir um sistema. Portanto, ele encontrou-se em uma segunda bifurcação nos estudos linguísticos, a segunda dicotomia saussureana: Sincronia x Diacronia. Após toda sua análise e exemplificação, ele mostra qual dos caminhos deve tomar para seu propósito: a sincronia. Mais adiante em seus estudos, Saussure encontrará outra dicotomia e o seguinte esquema de Carvalho (2009, p.27) resume o legado do mestre genebrino:

relações associativas

sincronia (= paradigmáticas)

língua relações sintagmáticas

Linguagem diacronia

fala

REFERÊNCIAS:

BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos estudos linguísticos. 2ªed. São Paulo: Editora Nacional, 1970.

CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure: fundamentos e visão crítica. 6ªed. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1988.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística Geral. 34ªed. São Paulo: Cultrix, 2012.

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